quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Evolução



 

Se devassássemos os labirintos
Dos eternos princípios embrionários,
A cadeia de impulsos e de instintos,
Rudimentos dos seres planetários;

 
Tudo o que a poeira cósmica elabora
Em sua atividade interminável,
O anseio da vida, a onda sonora,
Que percorrem o espaço imensurável;

 
Veríamos o evolver dos elementos,
Das origens às súbitas asceses,
Transformando-se em luz, em sentimentos,
No assombroso prodígio das esteses;

 
No profundo silêncio dos inermes,
Inferiores e rudimentares,
Nos rochedos, nas plantas e nos vermes,
A mesma luz dos corpos estelares!

 
É que, dos invisíveis microcosmos,
Ao monólito enorme das idades,
Tudo é clarão da evolução do cosmos,
Imensidade nas imensidades!

 
Nós já fomos os germes doutras eras,
Enjaulados no cárcere das lutas;
Viemos do principio das moneras,
Buscando as perfeições absolutas.

 
Augusto dos Anjos (Espírito)

Nenhum comentário:

Postar um comentário