Mostrando postagens com marcador filósofo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador filósofo. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 6 de março de 2012

DEUS, SEGUNDO SPINOZA (Baruch Spinoza - 1632, 1677)




Pára de ficar rezando e batendo no peito! O que eu quero que faças é que saias pelo mundo e desfrutes de tua vida. Eu quero que gozes, cantes, te divirtas e que desfrutes de tudo o que Eu fiz para ti.

Pára de ir a esses templos lúgubres, obscuros e frios que tu mesmo construíste e que acreditas ser a minha casa.

Minha casa está nas montanhas, nos bosques, nos rios, nos lagos, nas praias. Aí é onde Eu vivo e aí expresso meu amor por ti.

Pára de me culpar da tua vida miserável: Eu nunca te disse que há algo mau em ti ou que eras um pecador, ou que tua sexualidade fosse algo mau.

O sexo é um presente que Eu te dei e com o qual podes expressar teu amor, teu êxtase, tua alegria. Assim, não me culpes por tudo o que te fizeram crer.

Pára de ficar lendo supostas escrituras sagradas que nada têm a ver comigo. Se não podes me ler num amanhecer, numa paisagem, no olhar de teus amigos, nos olhos de teu filhinho... Não me encontrarás em nenhum livro!

Confia em mim e deixa de me pedir. Tu vais me dizer como fazer meu trabalho?

Pára de ter tanto medo de mim. Eu não te julgo, nem te critico, nem me irrito, nem te incomodo, nem te castigo. Eu sou puro amor.

Pára de me pedir perdão. Não há nada a perdoar. Se Eu te fiz... Eu te enchi de paixões, de limitações, de prazeres, de sentimentos, de necessidades, de incoerências, de livre-arbítrio. Como posso te culpar se respondes a algo que eu pus em ti? Como posso te castigar por seres como és, se Eu sou quem te fez? Crês que eu poderia criar um lugar para queimar a todos meus filhos que não se comportem bem, pelo resto da eternidade? Que tipo de Deus pode fazer isso?

Esquece qualquer tipo de mandamento, qualquer tipo de lei; essas são artimanhas para te manipular, para te controlar, que só geram culpa em ti.

Respeita teu próximo e não faças o que não queiras para ti. A única coisa que te peço é que prestes atenção à tua vida, que teu estado de alerta seja teu guia.

Esta vida não é uma prova, nem um degrau, nem um passo no caminho, nem um ensaio, nem um prelúdio para o paraíso. Esta vida é o único que há aqui e agora, e o único que precisas.

Eu te fiz absolutamente livre. Não há prêmios nem castigos. Não há pecados nem virtudes. Ninguém leva um placar. Ninguém leva um registro.

Tu és absolutamente livre para fazer da tua vida um céu ou um inferno.

Não te poderia dizer se há algo depois desta vida, mas posso te dar um conselho. Vive como se não houvesse. Como se esta fosse tua única oportunidade de aproveitar, de amar, de existir. Assim, se não há nada, terás aproveitado da oportunidade que te dei.

E se houver, tem certeza que Eu não vou te perguntar se foste comportado ou não. Eu vou te perguntar se tu gostaste, se te divertiste... Do que mais gostaste? O que aprendeste?

Pára de crer em mim - crer é supor, adivinhar, imaginar. Eu não quero que acredites em mim. Quero que me sintas em ti. Quero que me sintas em ti quando beijas tua amada, quando agasalhas tua filhinha, quando acaricias teu cachorro, quando tomas banho no mar.

Pára de louvar-me! Que tipo de Deus ególatra tu acreditas que Eu seja?

Aborrece-me que me louvem. Cansa-me que agradeçam. Tu te sentes grato?

Demonstra-o cuidando de ti, de tua saúde, de tuas relações, do mundo. Te sentes olhado, surpreendido? Expressa tua alegria! Esse é o jeito de me louvar.

Pára de complicar as coisas e de repetir como papagaio o que te ensinaram sobre mim. A única certeza é que tu estás aqui, que estás vivo, e que este mundo está cheio de maravilhas. Para que precisas de mais milagres? Para que tantas explicações?

Não me procures fora! Não me acharás. Procura-me dentro... aí é que estou, batendo em ti.


Link para assistir "Espinosa - O Apóstolo da Razão": http://migre.me/8bBZo

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Canal de vídeos no YouTube do filósofo Paulo Ghiraldelli Jr.

http://www.youtube.com/user/pgjr23?feature=chclk



Breve biografia de Ghiraldelli Jr. por ele mesmo

Lugares e formação.  Do lado paterno, sou de uma família italiana que, desde que se tem notícia na história, lida com construção civil – atuando como desenhistas, arquitetos, engenheiros e pedreiros. Angelo Ghirardelli e seu filho, Carlo Ghirardelli, foram construtores de teatros e torres em Ferrara, na Itália (árvore genealógica). Meu avô, Jacintho Ghirardelli, filho de Carlo, foi construtor da Igreja Matriz de Pederneiras, no interior de São Paulo.
O nome “Ghiraldelli” ou “Ghirardelli” (mesmo na Itália, a grafia pode mudar, não se trata de erro de cartório!) vem de uma latinização de nomes germânicos que, resumidamente, significa “o príncipe que ataca e se defende com a lança”, o “bom lutador com a lança”.
Eu nasci em São Paulo em 23 de agosto de 1957, no bairro da Liberdade – um nome significativo, no meu caso. Fui batizado na Igreja do Largo da Santa Ifigênia em 25 de janeiro de 1958. Mantenho ainda meu apartamento na velha Av. Cásper Líbero, no edifício Conceição, quase ao lado da Igreja da Santa Ifigênia.
Meu pai nasceu em Pederneiras e se formou professor na Universidade de S. Paulo (USP). Minha mãe, Lygia, nasceu em Ibitinga e se formou normalista. Graças aos meus pais ganhei o interesse pela educação e um certo tirocínio para questões educacionais. Talvez isso tenha ocorrido por vê-los trabalhar no colégio em que estudei, em Ibitinga, onde foram exímios funcionários públicos e educadores. Meu gosto pela filosofia veio do meu avô materno, Carlos Abib, que foi rábula (advogado sem diploma). Creio que devo ter tido, também, para decidir que dedicaria minha vida à filosofia, alguma influência da minha avó materna, meio judia e bastante mística. O nome dela era Maria Arruda, filha do “Coronel Arruda”, proprietário de terras entre São Carlos do Pinhal e Nova Europa, no interior de S. Paulo.
Mas será que tive algum interesse, mesmo, pela filosofia? Ou foi a filosofia, ela própria, que me pegou? Nunca imaginei minha vida distante da filosofia. Poderia ter sido outra coisa que não filósofo? Cartunista? Sim, talvez. Afinal, do lado dos meus avós paternos, descendentes de italianos, Jacintho Ghiraldelli e Rosa Paini, ganhei certo “dom” para o desenho.
Na época de colégio, descobrindo uma brecha na legislação que permitia a re-criação, “em nível de terceiro colegial”, de um curso semelhante ao que fora, antes da LDBN 5.692/71, o “curso clássico”, não perdi tempo: consegui o número de alunos suficientes para tal e, assim, consegui da escola a criação desse curso. Pude então começar  e estudar, com certa sistematização, filosofia e sociologia ainda no colégio, uma coisa rara na escola pública da época.
Tornei-me oficialmente filósofo da educação com o aval da academia no campo da filosofia da educação, e isso foi na PUC-SP, em que consegui mestrado e doutorado. Publiquei os trabalhos correspondentes aos títulos: Educação e movimento operário (São Paulo: Cortez, 1987) e Pedagogia e luta de classes (São Paulo: Humanidades, 1990). Na PUC-SP fui orientado pelo professor Dermeval Saviani, tendo também sido orientado na mesma instituição pela professora Maria Luiza Ribeiro. Tornei-me oficialmente filósofo pela USP, com mestrado e doutorado. Publiquei o mestrado tirado na USP: O corpo de Ulisses (São Paulo: Escuta, 1995). Não publiquei o doutorado, sobre Donald Davidson, Richard Rorty e Habermas. Na USP, fui orientado pela professora Olgária Matos. Por concurso público, tornei-me professor livre docente em 1994 e professor titular em 2001, ambos os títulos conseguidos na Unesp. Esses trabalhos foram publicados: Educação e razão histórica (São Paulo: Cortez, 1994) e Neopragmatismo, Escola de Frankfurt e marxismo (Rio de Janeiro: DPA, 2001).
Em termos de graduação, sou formado bacharel em Filosofia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e em Educação Física pela Escola Superior de Educação Física de São Carlos, então incorporada à Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Também na UFSCar fiz uma boa parte dos cursos de Física e Pedagogia. Faltou muito pouco para terminá-los. No caso de Física, talvez uma ou no máximo duas matérias. Mas isso ocorreu em uma época de juventude, em que não consegui conciliar os horários de trabalho, como professor de matemática em cursinhos pré-vestibulares, e os horários de aulas na universidade.
Experiências no Brasil e no exterior. Como professor e pesquisador, passei por várias unidades da Unesp, pela PUC-SP, pela Universidade Federal de Uberlândia, pela Estadual de Cascavel no Paraná, pela Universidade Federal de Santa Maria, pela Universidade Estadual do Mato Grosso, pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Santa Marcelina, São Marcos e outras. Lecionei em vários programas de pós-graduação e graduação nesses lugares, sempre na filosofia da educação e na filosofia e, algumas vezes, nas ciências sociais.
No final dos anos noventa deixei o país e fui ser pesquisador e professor na Nova Zelândia e nos Estados Unidos. No exterior, ampliei o círculo de amizades e de relações intelectuais que propiciaram criar um canal de publicações sobre o pragmatismo no Brasil, bem como levar a nossa filosofia e a nossa filosofia da educação para lugares onde praticamente desconheciam o Brasil. Estabeleci ali um vínculo com John Shook e Celal Turer, e mantemos ativo o “Pragmatism Archive” e, agora, junto com intelectuais de diversos países, a Associação Internacional de Pragmatismo.
Ainda no exterior, fui convidado pela Blackwell para escrever o verbete sobre pragmatismo e teoria crítica do Companion do Pragmatism. Além disso, mantive até pouco tempo o meu trabalho de editor da Contemporary Pragmatism (New York e Amsterdam).
Posturas filosóficas principais. Minha formação filosófica inicial se deu no âmbito do marxismo e, depois, na lida com determinadas posturas da Escola de Frankfurt. Lendo e  estudando filosofia analítica, aprofundei meus conhecimentos no pragmatismo e na cultura americana. Segui essa linha mais pelo que ela proporcionaria no sentido de ampliação do meu diálogo com outras correntes do que por fé doutrinária, o que, aliás, seria incompatível com o pragmatismo. Tenho trabalhado em filosofia e filosofia da educação sob inspiração de Richard Rorty (1931-2007) e Donald Davidson (1917-2003), filósofos que foram meus mestres inspiradores e amigos queridos. É claro que, como todo filósofo que se preza, mantenho um pé na filosofia antiga, sempre lendo Platão e querendo saber de Sócrates. Sou um admirador da obra de Gregory Vlastos. No campo da filosofia medieval, não posso não gostar de Santo Anselmo e, paradoxalmente, de William do Ockham.
Mantenho minha perspectiva de articulação entre a Escola de Frankfurt e o pragmatismo. Vejo que os filósofos que, enfim, deveriam ser aqueles que não poderiam ter preconceitos, os têm aos borbotões. Então, como os filósofos dessas duas escolas não se conversam (exceto Habermas, é claro), eu tento escrever relacionando-os, pois é uma forma de ser livre, de não estar preso a dogmas e caixinhas mentais, como muitos estão. Um livro que fiz com Rorty, tentando criar este tipo de ponte, é o Ensaios pragmatistas (Rio de Janeiro: DPA, 2006).
Trabalhos atuais. Terminei em 2007 meu pós-doc na UERJ, no grupo Programa de Estudos da Ação e do Sujeito (PEPAS), na Medicina Social do filósofo e psicanalista Jurandir Freire Costa. Mais recentemente, dediquei algum tempo aos jornais, Folha e Estadão, e também a determinadas revistas de divulgação em filosofia e educação. Esse meu “pós-doc” rendeu o livro O corpo – filosofia e educação, pela Ática, que completa o meu O Corpo de Ulisses, de 1995. Tenho continuado meus trabalhos em filosofia e filosofia da educação. Publiquei em três anos três livros próximos: Caminhos da filosofia (DPA, 2005), História da educação brasileira (Cortez, 2005) e Filosofia da educação (2006). Meus últimos trabalhos, além de O corpo, são O que é pragmatismo e O que é pedagogia, pela Brasiliense, este último é um livro totalmente novo, e já não tem mais a ver com as duas versões publicadas nos anos oitenta e noventa. Mais novos, ainda, há O que é filosofia contemporânea, da  coleção Primeiros Passos da Editora Brasiliense, e História da filosofia, da  Editora Contexto. Além disso, tenho dado seqüência a um trabalho de artigos e vídeos na publicação da Editora Digeratti, Filosofia Dia-a-Dia. Também publiquei recentemente A aventura da Filosofia e o O que é Dialética do Iluminismo?, ambos pela Editora Manole. Meu primeiro livro não acadêmico saiu em 2010: Filosofia, amores & cia, também pela Manole.
No Centro de Estudos em Filosofia Americana (CEFA) tenho trabalhado principalmente com a produção de vídeos de filosofia, que agora estão ou no www.youtube.com/tvfilosofia e http://dailymotion.com/pgjr23 Também tenho trabalhado com cursos online gratuitos, junto com o CEFA. Outro projeto que desenvolvo é o da TV Filosofia, uma TV online que já está funcionando 24 horas por dia no Portal Brasileiro da Filosofia. Pode ser visto na parte de TV do www.filosofia.pro.br ou direto no canal da TV Filosofia: www.mogulus.com/filosofia. Junto com minha esposa, Francielle Maria Chies, tenho desenvolvido o programa Hora da Coruja, especial para TV WEB.
Atualmente trabalho como filósofo, escritor, editor e parecerista em editoras nacionais e internacionais e consultor de entidades públicas e privadas, inclusive fui consultor da Organização dos Estados Ibero Americanos para a crítica de determinados planos do Ministério da Educação (MEC). Às vezes, também me dedico à atividade de tradutor. Fui o criador do GT-Pragmatismo da ANPOF e fui coordenador do GT Filosofia da Educação da ANPEd. Participo da coordenação do primeiro, agora encabeçado pela minha amiga, a filósofa Susana de Castro. No GT-Pragmatismo,  Susana e eu estamos na editoração da revista Redescrições. No cotidiano, dirijo o Centro de Estudos em Filosofia Americana , uma entidade autônoma de pesquisa. Desde o início de 2010 voltei ao ensino universitário, como professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
Paulo Ghiraldelli Jr
1. Mais sobre o filósofo: Entrevista para Antonio Ballesta, do Realismo Liberal.
2. Alguns leitores colocaram algo sobre o filósofo na Wikipédia.
3. Sobre a concepção de filosofia de Paulo Ghiraldelli, vale a pena consultar essa entrevista na TV
4. Sobre o livro lvro O que e´filosofia contemporânea, vale consultar entrevista no jornal Correio Braziliense.
5. Sobre livros novos como A Aventura da Filosofia e O que é Dialética do Iluminismo? há entrevistas na Folha de S. Paulo. Veja: Entrevista 1 e Entrevista 2.